domingo, 16 de setembro de 2012

Quando Nietzsche chorou

"Houve uma época em nossas vidas em que estávamos tão próximos, que nada parecia obstruir nossa amizade e fraternidade e apenas uma pequena ponte nos separava. Quando você ia subir na ponte, eu lhe perguntei:'Você quer atravessar a ponte até mim?' Imediatamente, você deixou de querê-lo e, quando repeti a pergunta, você ficou silente. Desde então, montanhas, rios torrenciais e o que quer que separe e aliene interpuseram-se entre nós, e mesmo que quiséssemos nos reunir, não conseguiríamos. Agora, ao pensar no pontilhão, você perde as palavras e solução e se maravilha." 
(Quando Nietzsche chorou, Irvin D. Yalom, página 122).

Um dos livros que me motivou a querer ainda mais a Medicina. Ele é um livro difícil de início, sendo sincera, mas depois fica cada vez mais interessante. E pra quem é estudante de Medicina, como eu, é muito boa a sensação de ir lendo e reconhecendo certas coisas que ainda usamos hoje em dia. Por exemplo, o médico Josef Breuer, o que trata Nietszche, é o que descreveu, junto com o Hering, o reflexo Breuer-Hering, usado por nós até hoje. Esse reflexo é a regulação do ciclo respiratório pela expansão dos pulmões. Foi observado que a inflação dos pulmões impede a inspiração, seguindo-se então a expiração. Os pulmões contêm receptores de estiramento, que estão localizados nos brônquios e bronquíolos terminais. Estes receptores são de adaptação lenta, e quando ativados pela expansão dos pulmões, transmitem impulsos via nervo vago ao centro respiratório que inibem a inspiração, evitando assim maior enchimento dos pulmões. Interessante né? E tem mais um trecho do livro que me chamou a atenção e me fez lembrar do meu professor de Semiologia Médica:

"- Como o senhor examinaria a anemia?
- Por um exame de fezes e da hemoglobina. 
- Nein! Nein! Nein! Mein Gott! O que lhe ensinam nas escolas médicas de Viena? Examine com os cinco sentidos. Esqueça os exames de laboratório, sua medicina judaica! O laboratório apenas confirma o que seus exames físicos já revelaram. Suponhamos que esteja no campo de batalha, doutor; irá pedir um exame de fezes? 
- Eu examinaria a cor do paciente, sobretudo as dobras das palmas e as membranas das mucosas: gengivas, língua, conjuntiva.
- Certo. Mas esqueceu o mais importante: as unhas da mão." 
(Quando Nietzsche chorou, Irvin D. Yalom, página 113). 

Detalhe que a história desse livro se passa em 1800 e alguma coisa... Ou seja, desde sempre e pra sempre a Semiologia vai estar presente!
Pra quem não tem muita paciência para ler o livro, tem o filme baseado nessa história. Eu ainda não vi, assim que acabar as provas pretendo assistir...


Agora, de volta aos estudos. Bom domingo :)

Um comentário:

  1. Oi, Cristiane! Ótimo conteúdo. Ainda não vi o filme nem li o livro. Fiquei agora ainda mais fomentado. Parabéns pela postagem e blog! Com tempo, venha ler e comentar a última do http://jefhcardoso.blogspot.com/ Abraço do blogueiro Jeferson!

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